"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 18 de maio de 2018

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CAPITÃO HÉCTOR BONZO

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Bonzo era o capitão do cruzador ARA General Belgrano, afundado pelo submarino nuclear britânico HMS Conqueror, em 1982


* 11/8/1932 - General Rodríguez, Argentina

+ 22/4/2009 - Buenos Aires, Argentina


“Toda vez que ouço falar das vítimas do Belgrano, adoeço. Eles são heróis e por isso devem ser lembrados”, disse mil vezes o capitão aposentado Héctor Elías Bonzo, comandante do cruzador General Belgrano, que faleceu em 23 de abril de 2009, aos 76 anos, vítima de um ataque cardíaco enquanto dirigia seu carro.

Com a mesma ênfase que ele colocou para resgatar do esquecimento e colocar em seu lugar na história os 323 mortos no naufrágio do navio durante a Guerra das Malvinas, ele reiterou a seus parentes mais próximos nos últimos anos que não queria funeral público e que esperava que suas cinzas fossem espalhadas no mar.

O capitão Bonzo se aposentou da Marinha poucos meses após o fim da guerra com a Grã-Bretanha, Bonzo dedicou o resto de sua vida a manter o espírito daqueles que sobreviveram ao ataque do submarino de propulsão nuclear britânico HMS Conqueror e lembrar-se dos “heróis” mortos de 2 de maio de 1982. A Guerra das Malvinas foi um ponto de inflexão na sua carreira, que começou em 1947 quando entrou para a Academia Naval.

Nascido em 11 de agosto de 1932 em General Rodriguez, ele serviu em diferentes navios da Marinha, como os cruzadores ARA Argentina e ARA 9 de Julio, fragata ARA Sarandi, fragata ARA Libertad e o quebra-gelos ARA San Martin.

Foi o responsável pela División Avisos y del Comando Local de Control Operativo, adido naval no Brasil, comandante da Escuadrilla de Apoyo y Sostén e secretário-geral adjunto. O governo brasileiro concedeu-lhe a Medalha Mérito Tamandaré. Héctor Bonzo assumiu o comando do ARA Belgrano em dezembro de 1981.

Pouco depois de sua aposentadoria da atividade militar, Bonzo ajudou a organizar a Asociación Amigos del Crucero General Belgrano, a partir da qual ele manteve contato constante com a tripulação que sobreviveu e as famílias dos falecidos.

O cruzador ARA General Belgrano afunda após ter sido torpedeado pelo submarino HMS Conqueror

Em homenagem aos tripulantes do navio, ele escreveu o livro 1093 Tripulantes e deixou pendente para editar La Historia del Crucero General Belgrano.

Em entrevistas dadas ao jornal La Nacion e a outros meios de comunicação, foi contundente quando se referia ao papel de Belgrano na guerra. “Eu não gosto quando se fala sobre o Belgrano como crime de guerra. Se eu tivesse avistado um navio britânico, não tenha dúvida de que eu teria atacado. Não éramos um alvo inofensivo. O Belgrano tinha 15 canhões de 152 mm e mísseis”.

Nos últimos anos de vida, Bonzo teve problemas de saúde. Assim, não pôde participar, em março de 2003, da expedição realizada pela National Geographic para tentar localizar o ARA General Belgrano no fundo do mar.

Fonte: La Nacion


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