"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 10 de junho de 2016

O PRÍNCIPE DE ORANGE REVOLUCIONA A ARTE DA GUERRA

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Depois de absorver os ensinamentos das teorias de sítio do físico e matemático neerlandês Simon Stevin, Maurício de Nassau, o Príncipe de Orange, conseguiu capturar valiosas fortalezas e cidades fortificadas espanholas: Breda, em 1590; Steenwijk, em 1592, e Geertruidenberg, no ano seguinte. Essas vitórias ampliaram as fronteiras das Províncias Unidas, fortaleceram a revolta e possibilitaram o estabelecimento de um Estado nacional, além de consagrarem Maurício como o principal general de seu tempo. Mas, para obter sucesso no campo de batalha, o Príncipe de Orange precisou dar uma nova organização ao seu exército, em boa medida, provocada pela evolução do armamento individual da infantaria. Por ocasião de sua morte, ocorrida em 23 de abril 1625, quando seus exércitos ainda defendiam Breda do sítio espanhol, Maurício tinha revolucionado significativamente a arte da guerra na Europa.

Maurício de Nassau, Príncipe de Orange

O intenso e contínuo volume de fogo dos batalhões de Nassau era direcionado contra os terços espanhóis, formações de pouca mobilidade e grande frente de combate, com o objetivo de desorganizá-los e desgastá-los, para que os piqueiros pudessem atacá-los com uma agressiva ação de choque. Outra função dos mosqueteiros era proteger o flanco dos piqueiros, realizando o acompanhamento.

A disposição da infantaria neerlandesa possibilitava grande mobilidade e um contínuo volume de fogo, fazendo com que a organização militar de Nassau sobrepujasse os terços espanhóis. Tal superioridade ficou patente durante a Batalha de Nieuwpoort, travada em 2 de julho de 1600, quando as tropas de Nassau venceram uma força espanhola de efetivo equivalente. Para dar mais eficiência às suas formações de infantaria, Nassau instituiu exaustivos exercícios que consistiam em deslocamentos, tomadas de formação e simulações de combate, denominados "drillen". Esses exercícios fortaleciam a coesão e a disciplina e constituíram-se nos predecessores da ordem unida, praticada em todos os exércitos do mundo na atualidade. A repetição dos "drillen" representou um grande diferencial para o exército de Nassau, conferindo-lhe a capacidade de manobrar rapidamente, mesmo sob fogo.

As tropas do Príncipe de Orange sitiando Nieuwpoort. Podem ser vistas as peças de artilharia e os regimentos de infantaria formados conforme um tabuleiro de xadrez, outra inovação introduzida por Nassau.

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