"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

HISTORIADOR BRITÂNICO DEFENDE QUE 2ª GUERRA MUNDIAL COMEÇOU NA MANCHÚRIA

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O historiador britânico Antony Beevor defende no livro ‘A Segunda Guerra Mundial’, publicado em Portugal, que o conflito começou na Manchúria e que se transformou numa “guerra civil internacional”.




A Segunda Guerra Mundial foi claramente uma amálgama de conflitos, a maioria opôs nação contra nação, mas a guerra civil internacional entre a esquerda e direita permeou e chegou mesmo a dominar muitos deles”, escreve Beevor na introdução sobre as razões que conduziram à guerra.

A Europa não entrou em guerra a 1º de Setembro de 1939. Alguns historiadores falam de uma 'guerra de trinta anos, de 1914 a 1945', em que a Primeira Guerra Mundial funcionou como catástrofe original” refere Beevor, que defende que a longínqua batalha de Khalkhin Gol, entre russos e japoneses, que começou no dia 12 de maio de 1939 na fronteira entre a Mongólia e a Manchúria, ocupada pelo Exército Imperial Japonês, marca - de fato - o início do conflito e determina o curso da guerra, sobretudo no Extremo Oriente.

Na batalha, que se prolongou até ao dia 31 de agosto de 1939, as forças de Moscou lideradas por Zhukov, então comandante de cavalaria do Exército Vermelho, derrotou as tropas japonesas e, segundo Beevor, alterou as intenções de Tóquio em invadir a União Soviética “mudando para sempre” o curso da guerra.

Infantes soviéticos durante a batalha de Khalkhin Gol



A Batalha de Khalkin Gol, teve, assim, grande influência na decisão subsequente de os japoneses avançarem contra as colónias da França, Holanda e Grã-Bretanha no Sudeste Asiático, e até de enfrentarem a marinha de guerra dos Estados Unidos no Pacífico. A consequente recusa por parte de Tóquio em atacar a União Soviética no inverno de 1941 desempenharia, portanto, um papel crítico no ponto de viragem geopolítico da guerra, tanto no Extremo Oriente como na luta de vida ou morte que Hitler travou com a União Soviética”, escreve o historiador britânico.

No capítulo dedicado ao período entre Maio e Setembro de 1945, o autor faz a contagem de vítimas, nomeadamente dos judeus vítimas do Holocausto mas também dos milhões de mortos na Ucrânia, Bielorrússia, Polônia, Estados Bálticos e Bálcãs.

A Segunda Guerra Mundial, com as suas ramificações globais, foi a maior catástrofe provocada pelo homem da nossa história. As estatísticas do número de mortos – quer sejam sessenta milhões ou setenta milhões – transcendem a nossa compreensão”, refere Beevor que adverte para os riscos de comparações.

Numa crise atual, jornalistas e políticos vão instintivamente buscar paralelismos com a Segunda Guerra Mundial, seja para dramatizar a gravidade da situação, seja numa tentativa de se parecerem com Roosevelt ou Churchill” escreve o historiador para quem a Segunda Guerra é incomparável.

 Fonte: Notícias ao minuto


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