"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 31 de agosto de 2014

O FIM DO IMPÉRIO ASSÍRIO

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A casa era a cara do dono. Escavadas nas paredes de pedra, cenas de tirar o fôlego: armadas com couraças, elmos, escudos côncavos, lanças e arcos, as tropas reais encurralam os inimigos e os empurram para um rio. Homens e cavalos, crivados de flechas, afogam-se na correnteza. Em triunfo, um soldado passeia pelo campo de batalha exibindo a cabeça de um rei adversário. Sim, tais cenas de terror faziam parte da decoração do palácio de Assurbanipal (668-631 a.C.), o temido e cruel soberano da Assíria. O emblemático painel, no entanto, tem dois significados históricos. Representa, ao mesmo tempo, a vitória de Assurbanipal sobre reino do Elan em 650 a.C. – e o começo do fim da Assíria. Com o conflito contra os seus mais antigos vizinhos, os assírios incendiaram a velha rixa com os aliados dos elamitas, os babilônicos, e ainda deixaram suas fronteiras expostas aos bárbaros que habitavam o atual Irã. A região virou um barril de pólvora. E o início da guerra total foi uma questão de tempo. O embate com a Babilônia, apoiada pelas tribos iranianas, pôs um ponto final na história do primeiro grande império da humanidade.

Sem dúvida, a habilidade militar foi tanto a força quanto a fraqueza da Assíria. Desde o ano 1200 a.C., o reino de Assurbanipal brigou pelo domínio da Mesopotâmia, hoje Iraque, com a vizinha Babilônia. Entre os assírios, a guerra era um dos principais deveres do soberano. “Havia uma tradição anual de campanhas militares, programadas para afirmar a autoridade assíria e prevenir ataques nas fronteiras. Os reis, ao subirem ao trono, faziam um juramento de estender os domínios do deus Assur, que dava nome à capital”, escreveu o arqueólogo inglês John Curtis, curador de antiguidades da Mesopotâmia e do Irã no Museu Britânico, em Londres. Segundo Curtis, ao longo do século 9 a.C., a autoridade assíria começou a se estender além das fronteiras próximas aos vales dos rios Tigre e Eufrates e começou a alcançar as regiões montanhosas próximas ao Irã, e partes da Síria, da Palestina e da Turquia. Por trás do sucesso das conquistas territoriais, aconteceu a organização do exército. “É um tema que tem gerado debates, mas uma coisa certa é que eles desenvolveram um exército regular”, diz o historiador John Brinkman, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. “Antes os camponeses tinham de ser recrutados periodicamente para lutar e, depois, desmobilizados. Agora, no entanto, o exército funcionava o ano todo e tinha se profissionalizado.”


Rei assírio Assurbanipal

A dimensão do poder de fogo das tropas assírias ganha realidade nas esculturas e baixos-relevos da época. Usando capacete cônico de ferro e colete coberto de escamas metálicas, os arqueiros do rei de Assur jogavam uma chuva de flechas sobre as cidades inimigas, enquanto eram protegidos por outros soldados, carregando grandes escudos de madeira. Parte dos guerreiros especializava-se em cortar os suprimentos de água do inimigo ou, com a ajuda de armaduras pesadas e a cobertura dos arqueiros, abria buracos nas muralhas de proteção dos reinos inimigos. Os assírios contavam até com “tanques” de guerra, veículos cobertos com pesado couro e equipados com aríete que arrebentava os portões das cidades atacadas. Em tempos de alta tecnologia de guerra, não é fácil imaginar o poder de fogo desses rudimentares equipamentos. Mas era essa parafernália que fazia a fama dos reis da Assíria, temidos por todo o Oriente Médio.


A formação do império

Temidos fora de casa, ameaçados internamente. A partir de 827 a.C., os nobres se rebelaram, seguindo-se um longo período em que os soberanos perderam a autoridade. A situação só mudou com a chegada de Tiglat-Falasar III ao trono, em 741 a.C. Ele pode ser considerado o pai do Império Assírio: esmagou os revoltosos e não se contentou em só arrancar tributos dos vencidos, mas impôs governadores nomeados e anexou as terras conquistadas aos seus domínios, fazendo nascer, assim, a noção de império como conhecemos hoje. Os reis que vieram depois dele – Sargão II, Senaqueribe e Assaradon – deram continuidade à política expansionista. No caminho dos vorazes reis assírios, no entanto, estavam as tribos caldéias, no sul da Mesopotâmia. Na tentativa de arrebanhar o poder na Babilônia, eles se aliaram aos elamitas para frear a ambição assíria. Originalmente os caldeus eram nômades do deserto da Arábia. Séculos antes, fixaram-se nas cidades, tornando-se poderosos comerciantes.


Expansão do Império Assírio


Ao longo do século VII a.C., os caldeus conseguiram estabelecer forte pressão contra os assírios. Contando com a aliança dos elamitas, os caldeus procuraram pôr fim ao domínio assírio naquela região. Os caldeus, apoiados pelos elamitas, chegaram a assassinar o herdeiro do rei Senaqueribe, que tinha sido nomeado governador da Babilônia. Em represália, o monarca mandou destruir a cidade. Durante o reinado de Assurbanipal, os elamitas ajudaram novamente os babilônicos, liderados pelos caldeus, a se rebelar. Mas acabaram aniquilados pelos assírios. A vitória, no entanto, assinou a sentença de morte do grande império. “Parece haver um consenso entre os estudiosos de que, quando os assírios destruíram o Elam, removeram um estado-tampão importante que os protegia dos iranianos”, diz Brinkman. Na época, os habitantes da região onde hoje está fincado o Irã viviam sob o domínio dos ferozes medos, povo de origem iraniana, que contava com poderosos exércitos. Aliando-se aos babilônicos, os medos conseguiram dar fim à hegemonia do Império Assírio. Em 612 a.C., depois da captura da cidade de Assur, medos e caldeus atacaram juntos Nínive, a capital do império, e a arrasaram em três grandes batalhas. O profeta judeu Naum, cujo povo também tinha sofrido a pressão assíria, comemorou a derrota com versos presentes na Bíblia: “Todos os que ouvem tua história [a de Nínive] batem palmas ao ouvi-la; pois sobre quem tua crueldade não passou continuamente?”. Os herdeiros do império, agora, eram os babilônicos.



O mundo sem os assírios

A decadência do Império Assírio é um somatório de acontecimentos: guerra civil, campanhas militares internas para manter os domínios e, principalmente, a guerra contra os medos, os líderes das tribos iranianas. Acostumados à vida nômade, eles tinham a vantagem de uma liderança fortemente centralizada e de um exército simples, mas eficaz, composto por lanceiros e arqueiros. Quando a cidade de Assur foi destruída, o rei dos medos, Ciaxares, jurou amizade e aliança ao chefe caldeu sobre as ruínas da cidade. Tal acordo dividiria o mundo antigo entre os dois povos. O rei Nabopolassar e seu filho, Nabucodonosor, ficaram com o sudeste: Mesopotâmia, Síria, Palestina. Já os medos se expandiram por todo o Irã, pelas montanhas do Cáucaso e por parte da atual Turquia. Mais tarde os persas, vassalos dos medos, herdaram o império e o expandiram sob o comando do rei Ciro, o Grande.



Fonte: Aventuras na História
 
 
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domingo, 24 de agosto de 2014

EXPOSIÇÃO COM IMAGENS INÉDITAS DA REVOLUÇÃO DE 1932

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Imagens fazem parte do precioso acervo do Instituto Moreira Salles e retratam cenas desse importante episódio da história de São Paulo e seus desdobramentos na cidade de Itapira. As fotos pertenceram à Candida de Campos Teixeira, presidente da Federação Paulista dos Voluntários de Itapira e foram doadas ao IMS sendo tratadas e digitalizadas. Agora, numa parceria do Núcleo MMDC de Itapira e o Instituto Moreira Salles, parte desse rico acervo estará à disposição do público à partir deste sábado 23/08 até 02/10/2014.

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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MUSEU AEROESPACIAL RECEBE SEA KING

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O SH-3 Sea King foi utilizado pela Marinha do Brasil em seus porta-aviões Minas Gerais e São Paulo


O Museu Aeroespacial, localizado no Rio de Janeiro, recebeu da Marinha do Brasil, em agosto, um helicóptero SH-3 Sea King. A aeronave irá passar por um período de preparo e em breve estará em exposição.
 
A Marinha do Brasil recebeu seus primeiros Sea King em 1970 e com essas aeronaves cumpriu missões de busca e combate contra submarinos e navios. Desenvolvido pela empresa americana Sikorsky, o Sea King era equipado com radar e sonar, além de ser armado com torpedos e com o míssil anti-navio AM-39 Exocet. A frota de 16 aeronaves operou a bordo dos porta-aviões A-11 Minas Gerais e A-12 São Paulo.

O SH-3D Sea King foi utilizado pela Marinha do Brasil entre 1970 e 2012 


Em 2012, a Marinha recebeu novos helicópteros MH-16 Sea Hawk para substituir os SH-3 Sea King.


Musal
 
O Museu Aeroespacial está localizado na Avenida Marechal Fontenelle, 2000, Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Com entrada franca, está aberto das 9h às 15h de terça a sexta-feira. Aos sábados, domingos e feriados está aberto das 9h30 às 16 horas. 

O Sea King chegando ao hangar do MUSAL

 
Mais informações no site www.musal.aer.mil.br
 
Fonte: Portal FAB


terça-feira, 19 de agosto de 2014

LOCALIZADO NO FUNDO DO MAR DE JAVA O CRUZADOR USS HOUSTON

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Mergulhadores da Marinha dos EUA concluíram na última segunda-feira, que o navio naufragado no sudeste da Ásia e recentemente localizado é o cruzador pesado USS Houston (CA-30), afundado pelos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial, que serve como o túmulo para cerca de 700 marinheiros e fuzileiros navais.

O Houston, apelidado de “The Galloping Ghost of the Java Coast”, afundou no Mar de Java durante a Batalha do Estreito de Sunda em 28 de fevereiro de 1942. O navio transportava 1.068 tripulantes, mas apenas 291 marinheiros e fuzileiros navais sobreviveram ao ataque, se tornando prisioneiros de guerra.

O presidente Franklin Roosevelt a bordo do USS Houston em 1938


A sobrevivência desses homens foi uma surpresa chocante, embora bem-vinda, em agosto de 1945, quando a guerra na Ásia terminou com a rendição dos japoneses.  Em um artigo publicado no Los Angeles Times, sob o título “Os homens de USS Houston retornam da morte”, um oficial disse que cinco homens haviam escapado de um campo de prisioneiros de guerra na Tailândia, e confirmado, havia cerca de 300 outros sobreviventes. Até então, 42 meses haviam se passado desde o desaparecimento do cruzador.

Nos últimos meses, os arqueólogos da Marinha trabalharam com mergulhadores da Marinha da Indonésia para inspecionar os destroços ao longo de 19 buscas subaquáticas, disse o comandante da Frota do Pacífico dos EUA, Almirante Harry Harris.

O Comando de História e Tradições da Marinha dos EUA (US Navy History and Heritage Command) confirmaram que os dados gravados é consistente com a identificação do USS Houston.

O capitão Albert H. Rooks, comandante do Houston, afundou com seu navio e ganhou a Medalha de Honra do Congresso postumamente


As provas documentais mostraram que o túmulo não estava intocado, observando que os rebites do casco e uma placa de metal foram removidos do navio. Tanto autoridades dos EUA e da Indonésia estão trabalhando para coordenar a proteção do patrimônio histórico, que também é um popular local de mergulho recreativo.

O relatório manifesta a preocupações de segurança pública e de segurança ambiental, alegando “infiltração ativa de petróleo do casco.”


Algumas imagens subaquáticas dos destroços do navio









FONTE: Mail On-line

domingo, 17 de agosto de 2014

ACADEMIA DA FORÇA AÉREA PROMOVE OLIMPÍADA DE HISTÓRIA MILITAR E AERONÁUTICA

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Utilizando o lúdico como ferramenta educacional, nos dias 06 e 07 de agosto de 2014, a Academia da Força Aérea (AFA), em parceria com o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) e diversas editoras, promoveu uma inédita Olimpíada de História Militar e Aeronáutica entre cadetes.  A vibrante competição de conhecimentos objetivou despertar entre os futuros oficiais o interesse pelo estudo da história e da cultura aeronáutica, reconhecendo valores intelectuais e revelando talentos.  A Olimpíada foi disputada por 104 cadetes, agrupados em 26 equipes. O conteúdo avaliado envolveu conhecimentos da História Militar desde a Antiguidade até a Idade Contemporânea, com destaque para a história do Brasil e da aviação.  A organização do evento exigiu a formação de uma Banca Avaliadora composta de 10 oficiais e professores civis especialmente selecionados pelo notório saber em História Militar e Aeronáutica.

A primeira fase foi constituída de uma prova eliminatória de 60 questões, na qual foram qualificadas 6 equipes. A segunda fase constituiu um quiz escrito de 4 baterias em que foram classificadas apenas as 3 equipes finalistas. Depois de diversas provas que envolveram novas baterias de quiz com perguntas orais e visuais, apresentações temáticas e uma pesquisa relâmpago na biblioteca, a Equipe Lima Mendes, composta pelos cadetes Raul, Lucca, Júnior e Carvalhaes,  foi sagrada campeã. Em 2º  lugar ficou a Equipe Augusto Severo, e em 3º lugar a Equipe Pierre Clostermann. As premiações foram na forma de medalhas e de diversos livros ofertados por editoras parceiras do evento.

 A equipe Lima Mendes, campeã da Olimpíada, junto com o comandante da AFA, Brigadeiro do Ar Carlos Eduardo

O coronel aviador reformando Cutrim, pioneiro no ensino da História Militar na AFA nos anos 1970 e presidente da Banca Avaliadora declarou emocionado aos cadetes: “Outras olimpíadas virão, mas que esta edição entrará para a história, pois  o grande ganhador de tudo o que aconteceu aqui na Academia da Força Aérea, foi eu mesmo... Pois tive o privilégio de depois de tantos anos, continuar trabalhando em prol do formação dos futuros oficiais de  nossa Força Aérea Brasileira".

As equipes finalistas após o recebimento da premiação


 O Blog HISTÓRIA MILITAR parabeniza a Academia da Força Aérea e o INCAER pela iniciativa, os cadetes participantes e o coronel Cláudio Calaza, idealizador da Olimpíada de História Militar e Aeronáutica.

Que venhas novas edições!

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