"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - GENERAL BERTOLDO KLINGER


* 1884 – Rio Grande-RS
+ 1969 – Rio de Janeiro-RJ


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Bertoldo Klinger nasceu em Rio Grande (RS), em 1884 e ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em 1901. Junto com outros companheiros militares, participou da revolta contra a vacina obrigatória ocorrida em 1904, na então capital do país. Em função disso foi preso, só regressando ao Exército no ano seguinte, quando foi anistiado.
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Entre 1910 e 1912, esteve na Alemanha realizando estágio militar, quando tomou contato com as inovações técnicas e organizacionais então empreendidas no exército daquele país. Ao voltar ao Brasil, tomou parte na fundação da revista A Defesa Nacional, junto com outros militares que haviam realizado estágio semelhante ao seu. Por se mostrarem fortemente influenciados pela doutrina militar alemã, os incentivadores da revista receberam de seus adversários o apelido de "jovens turcos", numa referência aos jovens oficiais militares que, após terem tido contato com o exército germânico, voltaram à Turquia para promoverem reformas políticas e militares.
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Ocupou o posto de redator-chefe de A Defesa Nacional, e em suas páginas criticaria anos mais tarde, a indicação do nome de civis para os ministérios militares no governo de Epitácio Pessoa. A influência alemã fez também com que se opusesse à missão francesa contratada para reformular o Exército brasileiro no mesmo período.
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Em 1924, foi preso sob acusação de colaborar com a revolta tenentista deflagrada naquele ano em São Paulo. Sua participação é assunto controverso, pois durante o período em que esteve preso foi acusado de traidor pelos líderes do movimento. Nos anos seguintes, confirmou sua oposição ao tenentismo, comandando as tropas legalistas lançadas contra a Coluna Prestes, o exército guerrilheiro que percorreu o interior do Brasil em campanha contra o governo de Artur Bernardes, em Mato Grosso e Goiás.
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Em 1930, manteve contatos com elementos da Aliança Liberal que articulavam a deposição do presidente Washington Luís, mas não apoiou o movimento. Com o sucesso da insurreição deflagrada em outubro daquele ano, porém, participou ativamente do golpe promovido por altos oficiais das Forças Armadas lotados na capital federal, que se anteciparam aos revolucionários e afastaram o presidente da República. Nos poucos dias que durou o governo da junta militar que então se instalou no poder, Klinger foi designado chefe de polícia do Distrito Federal, tendo, então, proibido reuniões e comícios na capital do país. Manifestou-se, nessa ocasião, contrário à transferência do poder aos revolucionários. Contudo, quando Getúlio Vargas foi empossado na presidência, telegrafou ao novo ministro da Justiça, Osvaldo Aranha, para elogiar a revolução.
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Em maio de 1931 chegou ao generalato. Suas antigas desavenças com os tenentes, contudo, levaram ao seu afastamento do governo. Transferido para o Mato Grosso, proibiu que os oficiais sob sua autoridade naquele estado se filiassem ao Clube 3 de Outubro, agremiação que visava dar maior coesão política aos tenentes. Em abril de 1932, reprimiu rebeliões camponesas em território mato-grossense.
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O general Bertholdo Klinger com oficiais paulistas durante a Revolução de 1932

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Nesse mesmo ano, juntou-se aos grupos dirigentes paulistas que preparavam uma insurreição para depor Vargas. Escolhido para exercer a chefia militar do movimento, precipitou sua deflagração ao enviar uma carta ofensiva ao recém-nomeado ministro da Guerra, general Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, em julho daquele ano. Foi, então, recebido com festa em São Paulo e empossado no comando das forças constitucionalistas. Sua prometida adesão de efetivos militares aquartelados no estado do Mato Grosso, porém, não se confirmou. O esperado apoio de gaúchos e mineiros também não se efetivou, o que levou os paulistas a se manterem em posição defensiva. No mês de setembro, propôs o armistício ao governo federal ao perceber a inviabilidade da continuação da campanha militar.
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Preso após a rendição dos paulistas, foi em seguida enviado para o exílio em Portugal, onde retomou as atividades conspirativas junto a outros deportados. Anistiado, voltou ao Brasil em 1934.

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Só foi readmitido no Exército em 1947, passando em seguida para a reserva. Em 1964, deu apoio ao movimento militar que derrubou o presidente João Goulart e implantou o regime militar no país. Morreu em 1969, no Rio de Janeiro.
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Fonte: CPDOC – Fundação Getúlio Vargas

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