"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 10 de novembro de 2009

A UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA


A contra-revolução, articulada pelos setores reacionários tanto da Áustria quanto da Prússia e da Itália, esmagou temporariamente as manifestações em favor das unificações alemã e italiana.

No caso da Alemanha, o desenvolvimento industrial da região e o crescimento dos Estados alemães encontravam obstáculos para seu avanço na fragmentação política. Para a indústria, a unificação significava um mercado de grandes dimensões, capaz de sustentar seu desenvolvimento e de garantir a proteção governamental contra a concorrência inglesa. Alguns setores da aristocracia sonhava com a construção de um poderoso Império Alemão, governado por uma casa imperial forte. Outros setores, no entanto, temiam perder seus poderes locais, no caso de uma unificação.

Frustrada a tentativa de unificação pela revolução, a única saída era que a Prússia, o mais poderoso Estado germânico, liderasse um processo de unificação sob a coroa de um monarca prussiano.


Em 1834, sob a liderança do governo prussiano, havia se formado o Zollverein (União Aduaneira, com a participação dos vários Estados alemães, exceto a Áustria), unificando o mercado de vários Estados alemães. Beneficiadas por essa ampliação de mercado, as indústrias prussianas tiveram um período de grande crescimento e desenvolvimento. Na década de 1860, surgiram os primeiros grandes centros urbanos-industriais alemães.

Com a morte de Frederico Guilherme IV, subiu ao trono da Prússia Guilherme I, que nomeou como primeiro-ministro Otto von Bismarck, o grande artífice da unificação alemã. Bismarck, membro da aristocracia prussiana, era um político conservador, partidário de um regime monárquico forte e concentrado nas mãos do rei.

Sua política interna tinha dois objetivos: a unificação do território alemão por uma extensa rede ferroviária que pusesse em contato direto todas as regiões de um futuro império e a modernização do exército. A frase de Bismarck pode resumir o espírito de seu projeto: a unificação da Alemanha será feita a ferro e sangue.
Esses objetivos favoreceram o desenvolvimento industrial da Prússia, já que as estradas de ferro e o novo armamento do Exército constituíram formidável mercado consumidor para as indústrias siderúrgicas e metalúrgicas alemãs.

Para conseguir a unificação da Alemanha sob a autoridade do rei da Prússia, Bismarck se aproveitou das rivalidades existentes entre as grandes potências da Europa: a Inglaterra e a Rússia. Em 1864, aliou-se à Áustria numa guerra contra os dinamarqueses que dominavam os ducados de Holstein e Schleswig, no norte da Alemanha. Schleswig passou para o domínio da Prússia e Holstein ficou com a Áustria.

Em 1866, o Exército prussiano avançou sobre Holstein. A Áustria estava envolvida numa guerra contra o reino do Piemonte, na Itália, e preocupada com uma iminente insurreição húngara. Por isso assinou uma paz desvantajosa, dando à Prússia o controle de todos os territórios do norte da Alemanha.

Essa guerra contra a Áustria também consolidou a autoridade da Prússia sobre os territórios do norte da Alemanha que haviam participado da guerra. Em 1867 a Prússia criou a Confederação Germânica do Norte, cujos Estados membros aceitaram a autoridade do rei da Prússia.

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2 comentários:

  1. Ótimo, me ajudou muito no meu trabalho sobre a unificação da Alemanha
    Obrigadão mesmo, de verdade..
    Beijos!'
    Sucesso'
    Amanda S.'

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  2. E a Polônia... Existiu um núcleo polonês desde sempre, ou ela foi criada como "estado tampão" entre Rússi e Alemanha?

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